A
categoria de produtos para cabelos no Brasil representa hoje o 3º maior mercado
mundial de consumo, refletindo a importância desse segmento. E na última
sexta-feira (17), aconteceu o 2º Workshop ITEHPEC de Cabelo promovido
pelo ITEHPEC, área de inovação e tecnologia da Associação Brasileira da
Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). A iniciativa
contou com a coordenação de Adelino Nakano, Diretor Regional de Inovação da
Symrise e membro do Conselho Científico-Tecnológico do ITEHPEC.
Essa
edição teve como tema “Novas Perspectivas em Hair Care” e trouxe aos
participantes, profissionais de diversas empresas da indústria de HPPC,
discussões envolvendo estudos e tecnologias aplicadas aos cuidados com os fios,
além de inputs para identificação de tendências. Os temas abordados
contemplaram as colorações, claims, alisamentos, fragrâncias, além dos hábitos
do consumidor.
Segundo
Marina Kobayashi, gerente de inovação da ABIHPEC, o 2º Workshop ITEHPEC de
Cabelo trouxe diversas novidades para a indústria, além de trazer um
aprofundamento nos temas da 1ª edição. “A diversidade étnica encontrada no país
graças à miscigenação, oferece uma rica variedade de cabelos, tornando o Brasil
o lugar ideal para as pesquisas nesse segmento. E é com o olhar atento que o
ITEHPEC continua trabalhando para agregar conhecimento e inspirar a indústria
cosmética para que seja cada vez mais competitiva.”
A
diversidade capilar brasileira foi assunto também da palestra de Nathália Ferro
de Oliveira, Coordenadora de Avaliação Instrumental e Clínica da L’Oréal. De
acordo com a profissional, o Brasil é o único dos 22 países estudados onde se
encontram todos as 8 classificações de cabelo mapeadas no mundo, fazendo com
que o país seja considerado precursor dos cabelos do futuro e desafiando os
pesquisadores a entender e caracterizar o cabelo brasileiro. “É um desafio
pois, além da diversidade, a rotina de cuidado capilar da mulher brasileira é
extremamente extensa e sofisticada, o que traz danos mecânicos e térmicos aos fios.
Para completar, o clima brasileiro identifica os índices mais altos de UV.”
Refletindo
a importância do mercado capilar no Brasil, a indústria mostra também uma
preocupação em estar sempre inovando, visto que o consumidor está sempre em
busca de novidades para deixar os fios mais bonitos e saudáveis. Um estudo
apresentado pela Valéria Longo, diretora da Katléia Lab, revelou que 75% das
mulheres entrevistadas considera seu cabelo pouco saudável, enquanto 21%
considera saudável e apenas 4% muito saudável. A pesquisa apontou também que
96% das participantes haviam feito algum procedimento químico.
Outro
assunto abordado ao longo do dia foi a coloração, cujos primeiros registros
foram notados na Grécia e no Egito Antigo. A necessidade de mudança de aparência
é muito antiga, assim como a tecnologia de coloração sintética, que data de
1907 e é praticamente a mesma desde então. Simone França Stefoni, Coordenadora
Técnica da Coty, explicou aos presentes sobre colorações vegetais, metálicas,
compostas e sintéticas, além de suas atuações nos cabelos. “O maior grupo de
produtos do mercado é sintético, mas o resgate dos produtos vegetais tem
recebido investimentos por parte das indústrias já que é notada uma grande
tendência voltada à demanda do consumidor por opções mais naturais e suaves
para o cabelo”, destaca.